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Mostrando postagens de abril, 2017

A criança, a família e a Síndrome de Asperger

Vamos falar um pouco sobre a Síndrome de Asperger. Hans Asperger era um pediatra que nasceu em Viena no ano de 1944. Foi observando seus pacientes que ele percebeu e, posteriormente, descreveu, um conjunto de padrões de comportamentos. É uma síndrome do espectro  autista, mas não apresentam atraso no desenvolvimento global ou cognitivo.  As pessoas com Asperger são capazes de levar uma rotina diária, estudando, trabalhando, realizando tarefas do dia a dia, mas é comum a falta de habilidade social e a presença de manias. Muitas vezes preferem estar só. Os sintomas são relativamente brandos. Observa-se que algumas crianças expressam-se de forma rebuscada, mas evitam olhar diretamente para a pessoa que está falando ou ouvindo. Outras crianças podem apresentar vocabulário limitado e pouca compreensão de sentidos abstratos, necessitando que seja explicado de forma clara aquilo que se deseja delas. O seu pensamento funciona de forma concreta, é difícil  interpretar metáf

A importância do brincar

É no brincar que o sujeito explora sua liberdade de criação. A brincadeira é essencial ao ser humano, ela vai constituir auxílio na boa formação subjetiva. Para Winnicott (1975) a brincadeira é própria da saúde Inicialmente a criança não tem a dimensão do outro e ocupa-se do brincar com o seu próprio corpo, mais tarde começa a reconhecer os objetos do mundo externo e a brincar com eles. O adulto tem papel fundamental como organizador do ambiente ao oferecer o que é adequado à criança. Quando criança, o sujeito brinca e aprende a relacionar-se com o mundo adulto. Começa a fazer uma relação do seu mundo interno, o mundo do desejo e um mundo externo, um mundo mais objetivo e social. Para Winnicott será no espaço intermediário desses dois mundos que acontece a brincadeira realizada pelo ser humano. E a esse espaço intermediário Winnicot chamou de espaço transicional. A transicionalidade está no encontro entre o mundo psíquico e o mundo socialmente construído. No espaço poten

A Mãe e o bebê

A relação mamãe-bebê é muito íntima e importante. A mãe vive uma espécie de estado psicológico e adquire uma capacidade particular para identificar as necessidades do bebê. As interpretações dessas necessidades, buscando dar tranqüilidade e conforto para ele, transformam a mãe em um ambiente facilitador para o seu bebê Esse ambiente tem grande importância para o desenvolvimento saudável do psiquismo do bebê. É nesta relação mãe/bebê que se dá o início da vida psíquica. É através desses cuidados, que a criança aprende a conhecer o ambiente. É também nessa relação que a mamãe terá um importante pa-pel: o de desiludir de forma progressiva, o seu bebê. Será esta desilusão que levará ele ao princípio da realidade. A mãe aos poucos vai fornecer ao bebê um fracasso gradual de sua fantasia onipotente de controle total e vai dando pistas para uma adaptação à reali-dade. Dessa forma, a função mental do bebê se desen-volve satisfatoriamente. Dá início, então, uma fase de dependên

ALGUMAS TEORIAS QUE APOIAM A PRÁTICA NO ATENDIMENTO PSICOLÓGICO COM CRIANÇAS.

Freud Freud em seus estudos sobre a histeria abandonou a hipnose em favor da associação livre e da interpretação dos sonhos, com grande interesse pelos conteúdos do inconsciente. Preocupado com seus pacientes psiconeuróticos realizou diversos estudos, e em suas pesquisas, concluiu que os sintomas histéricos eram causados por experiências inconscientes de acontecimentos acompanhados de intensas emoções que não puderam ser expressas no momento que ocorreram. Estes acontecimentos eram referentes a vida sexual na infância. Ele sugeriu então, que os sintomas eram uma conseqüência psíquica do sofrimento de uma criança por uma sedução sexual feita por uma pessoa mais velha. Porém, durante os atendimentos a seus pacientes ele começou a perceber que havia algo errado nos relatos deles. Percebeu que na realidade estas histórias eram fantasias e não recordações da realidade, apesar dos pacientes acreditarem em suas histórias. Sendo assim, Freud (1905) descobre que os interesses e atividade

O sonho como importante campo de estudo

No processo de desenvolvimento da Psicanálise, Freud buscou constantemente aprimorar tanto a teoria quanto o tratamento oferecido aos seus pacientes. A partir de 1900, desenvolveu o estudo intitulado “A interpretação dos sonhos”, o qual passou a ocupar um lugar especial na teoria psicanalítica. A descoberta de Freud de que os sonhos têm um conteúdo psicológico fundamental revolucionaram o estudo da vida psíquica. Antes os sonhos eram tidos como meros efeitos provocados por estímulos fisiológicos. Freud descreve esta pesquisa como a mais valiosa de todas as descobertas que teve a felicidade de fazer e isto lhe dava a confiança de que descobrira o caminho para conseguir sucesso no tratamento dos pacientes. Era, com efeito, uma abordagem válida ao estudo das neuroses. A razão da relevância deste tema, se dá pelo fato de que em nenhum outro fenômeno da vida psíquica normal, os processos inconscientes da mente são tão claramente revelados e acessíveis ao estudo. É também o me

O “SER” CRIANÇA

Compreender o que se passa no “mundo da infância” na contemporaneidade é uma tarefa (árdua e complexa) que nos demanda uma análise das suas condições de emergência e proveniência. Exige-nos um olhar para o lugar que a criança tem ocupado na sociedade ocidental em várias épocas de seu desenvolvimento. Leva-nos a indagar que concepções e conceitos foram sendo construídos e abandonados ao longo dos anos sobre o “ser criança”. Para tal reflexão será preciso uma mirada retrospectiva. Tentar compreender o contexto histórico, social e geográfico de onde essas concepções e conceitos provêm e quais são as suas condições de emergência dentro desses contextos. Empreender uma análise que leve em conta a história dessas construções pode nos dar importantes pistas sobre o “ser criança” nos dias de hoje e como intervir aí de modo mais profícuo. Verificamos que a história da infância guarda semelhanças com a história da própria Psicologia, que, no entender de Garcia-Roza (1975), não tem n

Uma experiência onde o “ser criança” pode ser o sofrer, sem entender.

A mãe de uma criança com 5 anos, que aqui chamarei de Marcos, procura ajuda porque acha que seu filho está com problemas sérios, pois não deseja ir para escola e sempre que é solicitado aprontar-se inicia alguns sintomas: vômitos, diarreia, irritação e choros incontroláveis. Marcos estudou 2 meses em uma escola particular, sempre com muita resistência e muito choro. Certa vez pediu para ir ao banheiro e a professora não ouviu. Marcos molhou a roupa e ficou assim até a mãe ir buscá-lo.Nunca mais voltou para a escola. Foi um filho desejado e não houve nenhum problema durante a gravidez. É muito agarrado com a mãe, dorme com ela e não deixa o pai chegar perto dela. A mãe, em seu discurso, não valoriza sua relação conjugal, colocando o marido em segundo plano. Embora a mãe relate que todo o desenvolvimento de Marcos é normal, é notório o transtorno na fala de Marcos, que fala como um bebê de 2 anos. No nosso primeiro encontro Marcos fica todo tempo segurando na mãe. Não acei