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A importância do brincar


É no brincar que o sujeito explora sua liberdade de criação. A brincadeira é essencial ao ser humano, ela vai constituir auxílio na boa formação subjetiva. Para Winnicott (1975) a brincadeira é própria da saúde
Inicialmente a criança não tem a dimensão do outro e ocupa-se do brincar com o seu próprio corpo, mais tarde começa a reconhecer os objetos do mundo externo e a brincar com eles. O adulto tem papel fundamental como organizador do ambiente ao oferecer o que é adequado à criança.
Quando criança, o sujeito brinca e aprende a relacionar-se com o mundo adulto. Começa a fazer uma relação do seu mundo interno, o mundo do desejo e um mundo externo, um mundo mais objetivo e social. Para Winnicott será no espaço intermediário desses dois mundos que acontece a brincadeira realizada pelo ser humano. E a esse espaço intermediário Winnicot chamou de espaço transicional. A transicionalidade está no encontro entre o mundo psíquico e o mundo socialmente construído. No espaço potencial, o paciente pode mobilizar todos os recursos disponíveis em sua personalidade para transpor sua criatividade através das brincadeiras.
Para a Psicanálise a teoria do brincar de Winnicott teve grande importância, tendo em vista que a relação analítica passou a ser considerada um espaço potencial onde dois sujeitos podem brincar juntos. É nesse espaço potencial no desenvolvimento de sua criatividade que a criança poderá descobrir seu self. Ao brinca, as crianças reproduzem situações próprias da sua vida atual, ensaios de papéis futuros e vão buscando compreender suas percepções do mundo. Elas podem sem preocupação demonstrar seus conflitos internos, seus medos, suas angústias, alegrias e tristezas.
Winnicott (1975, p.74) enfatiza a importância do brincar espontâneo, afirmando que “o brincar é em si mesmo uma terapia.”. Ele sugere que brincar é mais importante que os sábios momentos de interpretação por parte do terapeuta, pois é mais significativo o momento em que a “criança se surpreende a si mesma”
Melanie Klein buscou na brincadeira material para o trabalho psicanalítico com crianças. Ela percebia uma semelhança entre as atividades lúdicas infantil e o fenômeno onírico do adulto e comparava as verbalizações da criança ao brincar e a associação livre na análise do adulto e considerava que através da brincadeira, a criança poderia trazer os seus fantasma inconscientes. Para Winnicott o brincar é o fazer, que vai além do imaginar ou desejar, e então, a importância do brincar não está apenas em seu conteúdo, mas na própria capacidade de brincar.

                                                                                                                                                                                       por  Rubia Landi                                                                                    

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